E que paragem, na quarta-feira à noite. O ambiente prometia, nunca tinha visto o Coliseu tão cheio, e posso vasculhar na minha memória, várias noites passadas, lá. O comentário inicial da Catarina, que nunca tinha visto tantas pessoas de aparelho, não era exactamente o que eu chamaria um bom sinal. Apesar disso, tenho que manter presente que esta é a idade dos rapazes que, passado pouco tempo, iam transformar a plateia do coliseu num mar de mãos, de cabeças, em êxtase, aos saltos.
Ao contrário do habitual, saí de casa a pé, e apanhei o metro para ir para o concerto. Com o iPod no bolso, a ouvir uma última vez o Whatever People Say I Am, That's What I Am Not. Não sei se o título do álbum pretende ser um acto de revolta, tão próprio da adolescência, é provável que seja, o estar contra por estar contra, mesmo que se saiba que não se tem razão. Para ser honesto, gosto de pensar que é uma maneira de dizer que as pessoas, sem nos conhecerem, inevitavelmente tiram conclusões sobre nós que não correspondem à realidade. E que é impossível não simplificarem, e que essa simplificação resulta, também ela invariavelmente, em percepções erradas. Agora, fiquei sem certeza disso, se é que alguma vez a tive. Porque parece tão simples. Porque não parece mais que um grupo de putos que se lembrou de começar a tocar sobre o que se passa à volta deles, sobre o dia-a-dia, sobre os problemas comuns que fazem a nossa vida, sobre a gaja que um deles tentou comer ontem à noite. Mas o que saiu daquele palco... Mais de hora e meia de pura adrenalina. A atitude dos álbuns multiplicada até ao infinito, uma energia que também dificilmente me lembro de sentir num concerto, tão simples, tão directo, tão bom! Também durante aquele tempo fui mais um puto, no meio de todos, aos saltos, a cantar as músicas de uma ponta à outra, a gritar os refrões com os braços no ar. Adoro concertos que me façam saltar, gritar, esquecer se o som está bom, analisar cada instrumento, cada música, cada acorde, não estar a avaliar o concerto, mas a vivê-lo. E se o Coliseu não veio abaixo desta vez, dificilmente virá. A intensificar a experiência, já de si exaustiva, estava um calor infernal e sufocante, mas não interessava, já nada interessava. Não há pausas, não há um bocadinho para respirar, as músicas são frenéticas, os crescendos delirantes, e nem as músicas mais calmas nos deixam estar quietos um segundo. Um concerto dos Arctic Monkeys não é uma experiência profunda, não nos coloca num outro universo, não nos leva a sonhar, a partir à descoberta dos detalhes profundos da música, de nós próprios. Não, é simplesmente berserk as fuck!
Ao contrário do habitual, saí de casa a pé, e apanhei o metro para ir para o concerto. Com o iPod no bolso, a ouvir uma última vez o Whatever People Say I Am, That's What I Am Not. Não sei se o título do álbum pretende ser um acto de revolta, tão próprio da adolescência, é provável que seja, o estar contra por estar contra, mesmo que se saiba que não se tem razão. Para ser honesto, gosto de pensar que é uma maneira de dizer que as pessoas, sem nos conhecerem, inevitavelmente tiram conclusões sobre nós que não correspondem à realidade. E que é impossível não simplificarem, e que essa simplificação resulta, também ela invariavelmente, em percepções erradas. Agora, fiquei sem certeza disso, se é que alguma vez a tive. Porque parece tão simples. Porque não parece mais que um grupo de putos que se lembrou de começar a tocar sobre o que se passa à volta deles, sobre o dia-a-dia, sobre os problemas comuns que fazem a nossa vida, sobre a gaja que um deles tentou comer ontem à noite. Mas o que saiu daquele palco... Mais de hora e meia de pura adrenalina. A atitude dos álbuns multiplicada até ao infinito, uma energia que também dificilmente me lembro de sentir num concerto, tão simples, tão directo, tão bom! Também durante aquele tempo fui mais um puto, no meio de todos, aos saltos, a cantar as músicas de uma ponta à outra, a gritar os refrões com os braços no ar. Adoro concertos que me façam saltar, gritar, esquecer se o som está bom, analisar cada instrumento, cada música, cada acorde, não estar a avaliar o concerto, mas a vivê-lo. E se o Coliseu não veio abaixo desta vez, dificilmente virá. A intensificar a experiência, já de si exaustiva, estava um calor infernal e sufocante, mas não interessava, já nada interessava. Não há pausas, não há um bocadinho para respirar, as músicas são frenéticas, os crescendos delirantes, e nem as músicas mais calmas nos deixam estar quietos um segundo. Um concerto dos Arctic Monkeys não é uma experiência profunda, não nos coloca num outro universo, não nos leva a sonhar, a partir à descoberta dos detalhes profundos da música, de nós próprios. Não, é simplesmente berserk as fuck!

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