Thursday, March 22, 2007

O início foi apenas o início, mas tomei de imediato contacto com as bandas que me marcaram mais profundamente. A colecção de música do meu tio era mais limitada, e as bandas algo mais mainstream, e portanto era mais fácil a selecção do que me interessava. Com os meus primos era diferente, a colecção era bastante maior, mais diversificada e mais desconhecida. O meu processo de selecção passava por ouvir CDs em fast forward, bocados de músicas, ver o que poderia interessar ou não e, claro, aceitar as sugestões. Foi então que descobri álbuns que me marcaram definitivamente. Álbuns que tinham tanto de desconhecido como de brilhante incluem "Mezcal Head" dos Swervedriver, "Hot Boxing" dos Magnapop, "Empire of the Senseless" dos Senseless Things, "Magic Happens" dos Family Cat, "Panic On" dos Madder Rose, "On Fire" dos Galaxie 500, "The Infotainment Scan" dos Fall, "Veil" dos Band Of Susans ou "San Francisco" dos American Music Club. Outras coisas, já não tão perdidas como as anteriores, Sex Pistols, Tindersticks, Yo La Tengo, Mão Morta, Joy Division, Flaming Lips, e Mercury Rev. As bandas mais importantes, no meio disto tudo, os Stereolab, Sonic Youth e principalmente Sugar, que depressa se tornaram, a par com os Pixies, uma das minhas bandas de referência.
A par destas descobertas mantinha-se o gosto por Guns N' Roses, Metallica, AC/DC, Faith No More e pela explosão do grunge, que dificilmente deixava alguém indiferente na altura, eu não era excepção. Nirvana e Pearl Jam foram, talvez, as bandas que mais marcaram a época, e a mim também. Na noite em que soube da morte do Kurt Kobain ouvi a discografia completa dos Nirvana até altas horas. OK, eram gostos algo comerciais, mas não ouvia estas bandas pelos singles, conhecia os álbuns todos, as músicas todas, muitas das letras, as músicas preferidas nem sempre eram as mais rodadas. Sempre tive tendência para rejeitar o mais fácil, o que não desse luta, e a música não era excepção.
Nesta fase, dava para reparar na minha predilecção por guitarras. Aliás, não apenas minha, do mundo inteiro. E, curiosamente, o mérito de desarmar a minha resistência à música electrónica foi, mais que dos Fall, dos Mão Morta. Mais concretamente a música "Cães de Crómio" do álbum "Vénus em Chamas".
A partir daqui os gostos evoluíram, naturalmente na minha opinião. Quando se começa a ouvir determinados álbuns, começa-se a perder o interesse por outro tipo de música, menos elaborada, mais "fácil", menos desafiante, menos desconcertante. Rapidamente os Guns e os Metallica perderam a batalha contra os Yo La Tengo, Mercury Rev ou Flaming Lips. Pixies e Sugar mantiveram-se sempre no topo das preferências.
"I'm lost in music, caught in a trap, and there's no looking back. I'm lost in music"

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